Primeiro destino turístico do Brasil
Galeria de Fotos Por Lilia Meireles @fotografaliliameirelles
FÓRUM DA ILHA DE ITAPARICA
Primeiro Destino Turístico do Brasil
(SEGUNDA PARTE)
Retornando ao Centro de Convenções do Grande Hotel SESC Itaparica, após um almoço com deliciosas comidas baianas e outras iguarias para todos os gostos, foi dado continuidade às perguntas e colocações do público participante, onde o Sr. Marivaldo fez uma colocação muito importante onde relata que já participou de vários seminários, Fóruns, Congressos, encontros e sempre, em muitos anos, nunca viu resultados nenhum e embora tenha tentado acreditar, construiu uma pousada moderna, confortável e vendeu porque não conseguiu manter o empreendimento funcionando e o prejuízo foi grande informando que isso foi recente e ele vê sempre essas conversas dos congressistas, dos técnicos que devem ser respeitadas, mas ele gostaria de participar de uma reunião desse tipo que tivesse alguém que marcasse prazo, e lançando as perguntas para os ouvintes:
- Quem é responsável por isso?
- Quem é responsável para fazer as coisas?
- Quem é responsável pela incompetência, a irresponsabilidade de um Ferry Boat? Quem é?
- Como é que estão os nossos transportes urbanos, segurança pública?
É complicado!
O Sr. Marivaldo nos passa suas convicções em achar que está vindo aí um empresário forte, mas que já teve essa visão sabe de onde? Vem do continente, pela Ponte do Funil, pois ele sabe que o pessoal de Feira de Santana, de muitas outras cidades vêm para o Mediterranee como sempre aconteceu. Fez as considerações que todos já sabem que não se tem um transporte direto de Salvador para Itaparica, como se tinha antigamente e os veranistas foram embora porque não se tem mais segurança, segurança pública, não é nacional, ponderou. Tem problemas no mundo inteiro, mas em Itaparica, como ele se refere, é visível a incompetência do Estado a cumprir esse papel, fundamental para uma ilha e se fala em turismo, mas não temos segurança pública, poucos efetivos. Argumentou que também temos problemas de saúde pública onde se estão tentando unificar as duas prefeituras para cuidar do Hospital e isso na visão dele vai ser um sacrifício enorme, muito difícil para as duas prefeituras, então é preciso que alguém faça alguma coisa, falando que a parte náutica ele vê como um espetáculo. Citou como exemplo a Contra Costa de Itaparica, a Costa e a Contra Costa dos limites das cidades de Itaparica precisa ser liberada para transporte de cargas no seu ponto de vista. Tem pessoas com uma vontade enorme de vir para Itaparica, essas pessoas que geram renda e isso rapidamente acontecem. Ele continua dizendo que o prefeito tem limitações enormes, problemas de Lei e de verbas, mas ele sai do Fórum alegre e satisfeito, elogiando a fala de Avani Duran, mas ele vendeu a pousada, pois foi à falência justificando que não ia ninguém, e foi assaltada quatro vezes. Então ele conclui que o que se deve fazer é sentar para definir o que é que a prefeitura pode fazer por isso, isso e isso. Como podemos ajudar? De que forma? Vamos trabalhar em cima disso, avaliou.
O que é que o Estado precisa fazer?
Marivaldo declarou que em Itaparica falta água sempre e não tem esgoto, como é que é isso? Como é que o Mediterranee vai cuidar do problema de saneamento básico? Ele pede desculpas expondo sua admiração pelos que lutam, mas que é preciso definir quem é responsável por cada setor e se não fizer é só tirar do comando. Complementa que nós temos uma das contra costa, uma das melhores do mundo, e ele vê coisas tão simples de se fazer, mas tá faltando decisão e vontade política, apoio do Governo do Estado que há mais de vinte anos não tem e que em Itaparica tem pessoas nomes de pessoas ilustres conhecida no mundo inteiro, tem também pessoas envolvidas com teatro, e que se precisa ter um teatro a céu aberto na ilha, como em Recife tem e apresenta a Sexta Feira da Paixão e que aqui nós temos que contar a história de sete de janeiro, precisamos mudar a educação, contar a nossa história, saber o que aconteceu em Itaparica. Sugeriu a mesa, a coordenação, que pensem em como se fazer uma pauta de responsabilidade dos dois municípios para se definir situações e fazer reivindicações ao Estado ou Governo Federal, ou até a Jesus Cristo, para que todos saibam o resultado, ou seja, pediu a Joaquim e ele não deu? Então a culpa é de Joaquim.
Finaliza dizendo já ter visto uns 15 seminários desses e que sinceramente não vê resultado, vê boa vontade, mas tudo limitado e pede para que se veja quem está limitado e ver quem não cumpre o que foi decidido pelos seminários, pelos encontros, pelos conselhos políticos e outros conselhos, solicitando mais uma vez que a coordenação pense nessa sugestão, e que ele particularmente tem 35 sugestões para fazer, mas que não ia fazer naquele momento e que seria bom uma roda específica para discutir todos os assuntos pertinentes ao Turismo.
O Sr. Antonio Lima voltou a falar se referindo ao Sr. Marivaldo que fechou a pousada dele e que em Itaparica está faltando leitos achando isso um paradoxo, uma coisa engraçada e que hoje já não se preocupa mais com ele, mas com a cidade em que ele nasceu, se criou, passou 15 anos fora, mas retornou devido a ter percebido que em Itaparica ainda é o melhor lugar para se viver, e que o povo quer contribuir, mas afirma que para ele participar do deste Fóruns, ele teve que pedir a intervenção diretamente com o Prefeito por conta das inscrições já ter encerrado, se referindo à fala de Luzia Brito sobre a Ponte, onde ela disse que já houve várias reuniões, que ela foi discutida e a população não compareceu e não participou, que se precisa de uma sociedade mais atuante e que agora eles vão ter que arregaçar as mangas para resolver os problemas que vão surgir com a Ponte Salvador/Itaparica. Mas Antônio foi categórico se referindo que o povo quer participar, mas ele precisa ser motivado a isso e que ele acha que ninguém participa por conta disso, motivado e comunicado, se ele não se sentir motivado não comparece aos locais e que ele está ali porque está motivado a ver uma cidade melhor.
“Luzia se refere a comunidade local que precisa ver que o Turismo não é uma atividade exploratória, e isso é uma visão que causa muitos problemas na Ilha de Itaparica, onde a comunidade não se vê inserida no turismo, então como é que eles vão atender bem o turista?”
Luzia Brito em sua fala se referiu a Itaparica como a cerca feito de pedra, na língua tupi que é justamente o nosso recife das pinaúnas que também na língua tupi é ouriço preto e que temos o recife de corais mais antigo do Brasil. Continuou dizendo que a Ilha de Itaparica do cacique Taparica e da índia Paraguaçu que se casa com Caramuru o primeiro náufrago português dando início oficialmente a população brasileira, que é a mistura do índio, da índia Paraguaçu e do branco, português, do europeu. E pra não confundir ela diz que não é o caboclo, que o caboclo é o negro com o índio, é o mameluco, a mistura do índio com o branco. Nos contou que a nossa Itaparica, que a ilha de Itaparica, foi descoberta juntamente com a Baía de Todos os Santos em 1501, Kirimurê que também é uma língua tupi e que tem oficialmente a sua data como primeiro destino do Brasil a partir de Tomé de Souza com a comitiva de 40 pessoas foi aproximadamente a partir de 1550. Esclarece que tivemos nosso primeiro povoamento no Baiacu que se deu em 1560, 1962 com a construção também da Igreja de Nosso Senhor de Vera Cruz. Citou a Ilha do Medo, nossa estação ecológica, também várias Igrejas como a da Conceição, o Santíssimo Sacramento, a Igreja de São Lourenço, temos a Fortaleza de São Lourenço, as próprias manifestações culturais: os Guaranis, o Samba de Roda, o Presente de Iemanjá, do Bela Vista, o do Porto Santo também, a Reserva Venceslau Monteiro, os recifes das Caramuanas ou Caramuans, a Igreja de Velásquez que foi enterrado Barros Galvão que foi um grande herói da guerra da Independência da Bahia, na batalha de Itaparica, de Maria Felipa, das caças das baleias, se refere a ter tantas coisas na ilha de Itaparica e que nós precisamos trazer através do Turismo, mas também através da população local esse pertencimento porque se não tem essa valorização não se consegue fazer o Turismo e o turismo ele é feito através dos atrativos culturais, embora ela concorde que o primeiro turismo hoje do mundo é o turismo de sol e praia e que nós também temos o turismo cultural da segunda motivação e que nós estamos aqui também para vender Itaparica através da sua cultura, não somente sol e praia mas de um turismo que ele respeite e seja sustentável e não um turismo de massa que venha explorar, destruir e ir embora. Então ela completa que esse 1º Fórum de Turismo de Itaparica traz essa perspectiva de abrir nossos olhos para o desenvolvimento da ilha de forma sustentável, o fomento através do Turismo através da Base Comunitária, do turismo ecológico e cultural, mas também do olhar do povo Itaparicano e Veracruzense.
Luzia Brito falou também que dentro desse projeto da Prodetur Baía de Todos os Santos nós temos hoje a Base Náutica de Itaparica, que não é mais Marina de Itaparica por atender uma demanda muito maior e que hoje ela está com mais ou menos com 98% da obra concluída só falta resolver a questão do cabeamento e dentro do Prodetur ocorreu o curso de Gestor e Turismo que foi feito através das Secretarias dos municípios com os Secretários e os Conselhos de Turismo, também teve o curso de Condutor Náutico ministrado por Marcelo Fróes, o início da plantação da construção do Plano Municipal de Turismo tanto da Ilha de Itaparica e seus respectivos municípios, quanto da Baía de Todos os Santos e também nos dois municípios temos os cursos técnicos de Guia de Turismo, com alguns presentes neste Fórum que já receberam a certificação, outros que estão em formação e estão ajudando no evento. Ela contou que só estava falando uma parte do que está acontecendo na Ilha de Itaparica para mostrar em resposta, quais são as ações do Turismo que já estão sendo realizadas, concordou com a fala de todos, mas ela acredita que a gente precisa de uma sociedade mais atuante, e quando se fala em Turismo tem que se falar de Meio Ambiente, economia e infraestrutura e a sociedade ela faz parte desse desenvolvimento e que hoje nós lutamos para o desenvolvimento da Ilha de Itaparica, sendo ela a mais nova da turma, citou que estavam lá Aurita, que é um exemplo disso, o senhor Marivaldo também é um exemplo, assim como Inés Grimaux, a Débora Maciel e tantos outros, o Luizinho, o Zé Olodum, Reitel, Evaldo Também, e que eles lutam e se sentem sós porque a sociedade precisa também se juntar a eles para lutar para que o Turismo seja realmente desenvolvido, e esse Fórum trouxe as pessoas que acreditam e que tem a dizer como muitos falaram, para que isso de fato aconteça e que o turismo, por mais que se tente desenvolver, ela acha que não acontece da noite para o dia, ele acontece gradualmente e só se desenvolve em longo prazo e não em curto prazo, e para isso eles precisam ter o trade turístico atuante que é o que infelizmente não tem acontecido, precisam ter também o Conselho de Turismo atuante, o Conselho de desenvolvimento, o Conselho Sustentável e o Conselho de Cultura, todos participativos. Concluiu.
Luzia se refere a comunidade local que precisa ver que o Turismo não é uma atividade exploratória, e isso é uma visão que causa muitos problemas na Ilha de Itaparica, onde a comunidade não se vê inserida no turismo, então como é que eles vão atender bem o turista? Como é que eles vão trabalhar com o turismo se eles não enxergam como atividade econômica para si e sim uma atividade de exploração? E aí ela diz que foi implantado a Base Comunitária que se iniciou na Ilha de Itaparica através do Reitel do Quilombo do Tereré, no Maragogipinho, do Evaldo da Vivertur de Matarandiba (https://cirandas.net/ascoma/artigos-dos-empreendimentos/vivertur-vivencia-turistica-em-matarandiba), da Daniela do Manguezal meu Quintal na Misericórdia. Luzia Brito conclui que são ações em que a comunidade tem que participar afirmando que se o cidadão ou a cidadã não se unir com a cooperação, nada e nem o turismo se desenvolve na Ilha de Itaparica e esse Fórum também tem esse objetivo.
Logo após Luzia Brito, Avani Duran veio com a palavra concordando e dando plena razão a tudo o que o Sr. Marivaldo falou anteriormente e disse ser muito objetiva e pragmática e que estava no Fórum não só como empresária, mas que hoje ela está coordenadora da Câmara do Turismo do Estado da Bahia e da Federação do Comércio, que não é do Governo, mas do empresariado e ela afirmou a Sr. Marivaldo que esse ano já determinou o que devemos fazer para apoiar esse empresariado e que não ia discutir no Fórum de Turismo porque, segundo a mesma, já existe uma linha de crédito, já existe o gerente que vai atender o micro e pequeno empresário, já existe um convênio com o SEBRAE, SENAC então eles vão deixar exatamente essas indicações para os empresários que estão necessitados afirmando já está disponível e acontecendo e isso é uma coisa para ser bem pragmática. Depois Avani, já se referindo a Yulo, disse que ele realmente não é somente um sonhador não, ele de fato vive a emoção de que todos nós vivemos, então ela, apesar de ter toda essa formação turística, administrativa, ela se formou em música, se tornou uma concertista, falou isso para dizer que em sua veia a arte está inserida e pode dizer que Yulo está coberto de razão e como não poderia se estender muito por conta do tempo nas falas, citou que o importante é ter um calendário de eventos culturais determinados e que esses se consolida a partir da interveniência do Governo e da participação da iniciativa privada.
Deu exemplo da Chapada Diamantina como um grande evento, citando vários exemplos: evento musical, evento de cultura, até livro, o SENAC lançou dois livros por lá da culinária local, um, dois por mês, então ela acha que é o calendário da Ilha de Itaparica que tem que ter um planejamento estratégico desse novo turismo. A ponte vai chegar? Vai! E a nossa criatividade vai andar onde? Nós temos que descobrir outras realidades, outras situações e vamos enfrentar? Não! Ela acha que vamos conviver com esse progresso. Finaliza dizendo que o que tem que ter é planejamento e que não existe o impossível, Paris nunca acabou, Londres nunca acabou, a Torre Eiffel continua lá, mas tem muitas outras coisas que encheu o olho do turista, foi a observação feito por ela, chegando a conclusão que a criatividade no turismo é fundamental, mas o importante foi o que Yulo citou: a emoção, a vontade, e pensar que a cultura tem que andar de mãos dadas, e quem gosta de música vem para os festivais todos os anos, declarando que ela foi 5 anos seguidos para o festival de Lençóis, assim como ela, uma multidão. Acredita que todos que participaram com suas falas tenham razão, mas tem que se trabalhar isso: o plano estratégico para que o turismo dê certo.
Marconi Baraúna falou do próximo tema do segundo painel: TURISMO E ATRAÇÕES CULTURAIS, sendo a mesa composta pelo Secretário de Turismo de Itacaré José Alves Peixoto Júnior, pelo Secretário de Turismo, Cultura, Meio Ambiente e Esporte de Itaparica, Emilio França, pelo Diretor de Cultura de Itaparica François Starita, por Djanira Dias do Tempero da Bahia e André Reis, Pelô da Bahia, convocando como ordem na fala, o Sr. José Alves com o tema: COMO OS EVENTOS CULTURAIS FOMENTAM O TURISMO EM UM DESTINO.
O Secretário de Turismo de Itacaré, José Alves, mostrou a grande satisfação em participar desse 1º Fórum de Turismo de Itaparica ressaltando a data histórica, dia de São Cosme e São Damião, sendo ele um devoto, cumprimentou os participantes da mesa e em nome de Avani Duran, amiga dele de muitas datas, o mesmo saudou todos os amigos de Turismo presentes. Ressaltou que está em Itacaré há três meses e alguns dias que ele está como Secretário e no trabalho que eles estão desenvolvendo lá resolveram fazer um percurso que já estava traçado e o calendário de eventos foi elaborado no passado por Julio Oliveira, pediu uma salva de palmas para o Julio, sendo atendido pelos presentes e infelizmente desapareceu também em função da Covid19. Contou que quando chegou em Itacaré e viu o trabalho de Julio Oliveira já desenvolvido, ele simplesmente disse que era para todos continuarem seguindo aquela linha mestra e é claro, ir fazendo os upgrades necessários para que eles pudessem avançar.
“O calendário na verdade demonstra a vontade do município em seguir uma linha de Eventos, atraindo inclusive investimentos de empresas particulares que podem está fazendo junto com a prefeitura ou independente para poder seguir o que eles já haviam determinado.”
José Alves disse que esse calendário na verdade demonstra a vontade do município em seguir uma linha de Eventos, atraindo inclusive investimentos de empresas particulares que podem está fazendo junto com a prefeitura ou independente para poder seguir o que eles já haviam determinado. O calendário é feito anteriormente, não está feito ainda o de 2022 pelo motivo da dependência do procedimento de como vamos tratar dessa retomada e anteriormente ele já havia conversado com André Reis (Pelô da Bahia) e Larissa, Filha do Prefeito Zezinho e Secretária Extraordinária de Itaparica, que os eventos só estão para mil pessoas e também que não se sabe se vai ter réveillon, não sabe se vai ter carnaval e como vão ser feito as coisas. Então na verdade ele diz que estão se adaptando ao momento novo, mas quem pertence a destinos turísticos, não podem de forma nenhuma deixar de fazer eventos de uma forma cuidadosa, seguindo todos os protocolos para continuar a atrair visitantes para o município, que no caso dele é Itararé.
José Alves deu continuidade a esse calendário já existente e os meses vão depender da sequência de liberações, de flexibilização dos eventos, mas menciona que tem o aniversário da cidade que é uma data fixa, como também carnaval, eventos de março que vai ser feito em dezembro e eles já começam a fazer algumas mudanças de um planejamento que já foi feito, de um, como ele diz, anterior. Ressaltou os vários eventos que vai ter ainda esse ano e diz que o que se quer mostrar é que se abre um leque de opções e os empresários que querem fazer eventos particulares eles podem se adequar ao calendário já preparado para que também possam avançar e preparar os seus também. Muitos eventos foram feitos online, mas com boa participação, bastante positivos, como o São João. Evidenciou.
Falou do Sarau que eles fizeram esse ano, sendo o primeiro Festival Itacareense de Poesia que não estava previsto no calendário, mas eles fizeram uma adaptação de um calendário que já estava preparado para ser realizado e com a pandemia ele fala que tudo foi desprogramado e eles desenvolveram uma programação que começaram a atrair algum interesse particular e para os próximos eventos desse sarau eles vão tentar fazer a cada dois meses pelo menos, e já atrair empresas que participem junto a eles se envolvendo na parte cultural da cidade. Finalizou sua fala mostrando o Festival Gastronômico de Itacaré, já sendo a 8ª edição, um evento consagrado, e é uma iniciativa que o município começou a desenvolver e hoje já é uma realidade e várias empresas se interessam, por estar com eles, e conta que esse ano eles vão ter uma novidade maior que além da parte privada, a parte pública vai vir através da Secretaria de Turismo do Estado, vem também com A CAR para que eles façam uma ação pelo Governo com a agricultura familiar com todos os produtos utilizados no feitio dos pratos e também a SETRE (Secretaria do Trabalho do Estado) que vão realizar também uma feira de artesanato. Convidou a todos para estarem presentes, agradecendo na esperança de que todos tenham gostado do que ele expôs.
A próxima a explanar foi Djanira Dias, fez os cumprimentos e agradecimentos e declarou ter herdado o nome da avó que nasceu em Itaparica e viveu por 102 anos, trabalhou também por muito tempo no Club Med com eventos Coorporativos e se sente totalmente conectada a Ilha de Itaparica. Confessou não ser palestrante e sim Promotora Cultural e de Eventos e falou sobre a experiência dela em transformar um Projeto em Evento, que não é um produto físico em um produto cultural e turístico que possa virar uma marca, agregando e trazendo algo ao destino. Continua dizendo que o turismo de eventos, especialmente aqueles que trazem valores culturais, pode ser considerado como um instrumento de apoio ao desenvolvimento da região e se transformar em produtos que realmente possam agregar valor trazendo fluxo turístico para a região. Um dos benefícios que esses eventos culturais vão agregar o desenvolvimento da região, ela cita em primeiro lugar o combate à sazonalidade e conta que na experiência dela, na Praia do Forte, o trade turístico sempre falava que queria eventos na baixa estação, ou um calendário que tenha eventos que realmente tomem todo o ano. Ela acha que alguns eventos realmente são difíceis, pois no caso deles, por exemplo, são com patrocinadores através da Lei de incentivo Federal e Estadual, daí eles tem que procurar o setor privado para conseguir o patrocínio através dessas leis e na verdade ela fala que é um grupo de marcas e de apoios que conseguem viabilizar algo e para se fazer um evento na baixa estação com chuva, em um evento que tenha patrocinadores realmente é mais difícil e ela sempre argumenta que em eventos ela acha sempre difícil, é bom fugir da alta estação mas realmente trabalhar mais a média estação onde você não tem um calendário de feriados, mas que você pode realmente trazer um produto cultural que tenha significado para a média estação e em Praia do Forte eles trabalham em novembro, sempre fixando uma data. Ela acha que para a baixa estação, quando tiver chuva mesmo, devem-se trabalhar ações promocionais juntando todo o trade. Acredita que se pode trabalhar experiências que tenham a ver com aquele local, daquele momento, e ver o que realmente se pode fazer, pois quando se mantém uma estrutura, se tem público, com show, com tudo e acha que realmente se tem que fugir um pouco dessa parte da chuva, mas se pode fazer uma ação em conjunto com o trade.
Djanira Dias avalia que os eventos culturais aumentam o período do turista, da permanência no destino e também aumenta o gasto médio do turista no local e deve fazer como no Estica Verão, por exemplo, que a Secretaria de Turismo geralmente faz em Salvador quando está acabando o carnaval, você esticar eventos culturais para poder aumentar a permanência do turista na cidade e também como colocou, tem a parte do turista com a comunidade local, você trazer grupos culturais, nada melhor do que o turista participar e isso ele gosta disso. E o evento cultural ajuda a revitalizar a cultura, o destino cultural e em Praia do Forte eles tinham grupos culturais que se reuniam timidamente em rodas culturais e eles não tinham figurino, eles diziam que não tinham como se apresentar, não tinham como comprar as roupas, que não ensaiaram, então quando chegaram com a Lei de incentivo, veio o cachê e esse já é o 15ª Festival que eles fizeram e a cultura local foi revitalizada via incentivo de um evento cultural que a partir daí eles se apresentaram, outros empresários viram, chamaram para seus eventos internos e eles começaram a trabalhar a partir da visibilidade que o festival colocou para eles, então ela admite que essa revitalização da cultura incentiva e ajuda muito.
Djanira expôs o intercâmbio de cultura e valores onde nos festivais de gastronomia eles trazem Chef de outras localidades e pelo menos cinco Pousadas e Restaurantes que participam em Praia do Forte, ela diz que eles fazem questão de ter um Chef de fora para criar o prato do seu restaurante e eles fazem esse intercâmbio informando que o festival tem sempre um tema, sempre é valorizado a gastronomia baiana, ele tem que iniciar o prato com o tema, mas mesmo assim ele traz também os seus conhecimentos, ele entra na cozinha de um restaurante e a equipe de cozinha fica maravilhada com as dicas, as técnicas, com outro Chef estando lá. Ela disse que para se fazer um evento cultural para aumentar o fluxo turístico, com essa pandemia, é necessário que você divulgue com antecedência, que se tenha o calendário e o que é que acontece com muitos produtores culturais é que muitas vezes anuncia um evento quase que na véspera. Argumenta que em Praia do Forte muitos eventos foi divulgado faltando uma semana e o evento cultural, para o produto realmente atrair, não pode ser divulgado em cima da hora, porque as pessoas tem que se programar para viajar, ela fala em atrair pessoas de fora, mencionando que houve uma vez que eles divulgaram no site nacional de gastronomia, vendendo experiência em Praia do Forte com três meses de antecedência. Mas por outro lado ela considera um turista que quando ele chega para um evento, se fideliza, quando vê que a experiência do destino fica diferente. Eles fizeram um evento bem bacana na Praia do Forte em 2019, um almoço no Castelo debaixo da árvore centenária que tem por lá e essa experiência fica marcado para sempre no turista, nos munícipes, nos visitantes, e isso faz a diferença e positiva a imagem do destino perante o turista e todos que participam. Outro item que ela citou é o desenvolvimento do estaleiro da comunidade e eles incentivam que todos os restaurantes crie um prato para o festival com o tema, acha que isso é complicado, mas ao mesmo tempo considera que estimula a criatividade de cada um, então ele sai da zona de conforto e tem que criar o prato com o tema para o festival e esse prato pode ficar no cardápio e muitas vezes acontece isso, dando exemplo de uma experiência com um restaurante que tinha só um ano de existência lá mesmo em Praia do Forte e aí ele criou um prato de camarão com coco e esse prato é o carro chefe dele até hoje, quatro ou cinco anos depois, e esse estímulo ao desenvolvimento do estaleiro da cidade, a fazer a cultura aparecer, ela acha que realmente é um benefício muito bom que um evento cultural pode trazer. Assinalou também os pontos negativos dizendo que em primeiro lugar se tem que prestar muita atenção ao que se vende ao que comunica e ao que se entrega porque muitas vezes o profissionalismo, a organização de um evento, de um produto cultural que se passa para fora, ele tem que corresponder a entrega daquilo que se comunicou, então ela sinaliza essa importância em ter um profissionalismo. Já pensou se um turista vem para um evento e sente que há desorganização? sente que não há profissionalismo? isso também pode influenciar negativamente. Pontuou que outros estudos falam também sobre a preocupação com a mercantilização da cultura procurando atender a necessidade do turista, então eles tem que realmente ter muito cuidado com isso pra poder mostrar a cultura de raiz, ela não fala de eventos organizados ou não, ela diz que não fala das manifestações espontâneas de um evento simples da cultura local, mas tem que tomar cuidado para, querendo atender a comercialização ao turista, você mercantilizar a cultura e isso também ser um ponto negativo. E outro ponto negativo que ela citou foi que cuidado com o Meio Ambiente, ela acha que tem que se tomar cuidado com o aumento do tráfego, a poluição sonora, o aumento do volume de lixo, o vandalismo. Quando ela fala em fazer um evento cultural ela coloca versus sustentabilidade e que muitas vezes ela quis fazer um evento verde, um evento completamente sustentável e anuncia que isso é muito, mas muito difícil, porque na verdade em nível de orçamento ela já fez essa conta e aumenta em torno de 30% se quiser fazer, mas por outro lado você não pode esquecer ações sustentáveis no seu evento.
Exemplificou que em Praia do Forte eles tem junto com o secretário de Turismo, uma ação de plantio de árvores para redução do carbono. Também faz ações sustentáveis nas pousadas que tem por lá, reciclagem de óleo, reciclagem do lixo, separação do lixo nos eventos. E para finalizar ela coloca que o Turismo de eventos ele requer, como já falou, planejamento e organização, é fazer um calendário, que não é fácil e também o que ela acha importante é a comunicação que às vezes falta e é o que pode fazer uma diferença enorme em como o turista recebe aquele evento, essa identidade virtual, a forma como esse produto chega até o turista ou o público alvo, ela avalia muito considerável e assinalou três agentes que são muito importantes para que o evento tenha sucesso:
- O poder público;
- O trade do poder privado e
- A comunidade.
se não tiver essa tripartite em acordos, pensando naqueles eventos fica difícil, e não dá pra fazer só com o poder público ou o poder privado e sem a comunidade também, não acontece, e a dica dela é até em relação a uma palestra que ela ouviu do diretor da Red Bull em São Paulo onde ela perguntou qual é a grande coisa que ele diria em relação a eventos? Qual era a maior preocupação quando ele fazia um evento cultural? E ele respondeu: amor aos detalhes. Então ela menciona que às vezes você faz o bolo, mas tem aquela cerejinha, mas você diz: tira aquilo que não é importante, mas muitas vezes é aquilo que chama a atenção do turista que marca para sempre. Despediu-se dizendo serem estas palavras que ela queria deixar para todos.
Marconi Baraúna convidou respeitando a ordem de fala o nosso querido André Reis para fazer o uso da palavra.
André começou dizendo que dividir a mesa com os seus colegas com temas tão importantes para envolver a ilha de Itaparica na relação do que eles entendem da potencialidade desses eventos na atração da quantidade de turistas e visitantes, no que é importante, que esses eventos sejam bons para as comunidades, para quem vive daquele lugar e que possa nesse sentido atrair esse fluxo de visitantes e turistas também naquele lugar e no caso dele, como mencionou, ele tem uma grande responsabilidade hoje com o trabalho de geração de fluxo de turistas dentro do Centro Histórico de Salvador e atualmente ele dirige uma estrutura administrativa do Governo do Estado da Bahia, que é o CCPI (Centro de Culturas Populares Identitárias), que tem a política da dinamização do Centro Histórico de Salvador, ou seja, eles têm a responsabilidade em executar toda a política de realização de atividades, sejam elas culturais ou turísticas, dentro do que eles chamam de perímetro Pelourinho que vai do Terreiro de Jesus até o Largo do Pelourinho e o CCPI tem uma política de valorização da cultura popular para ações não só do estado, mas também dentro do Centro Histórico de Salvador, cada camarim que eles têm em um largo, eles são responsáveis em realizar eventos em três largos do Centro Histórico de Salvador que é o Largo Tereza Batista, Quincas Berro D’água e Pedro Arcanjo, onde cada camarim eles trazem uma homenagem a cultura popular, então eles tem um camarim que chama cheganças da Bahia, onde tem toda uma relação com a importância da chegança, um outro chamado de Samba de Roda do Recôncavo e também o camarim dos Congos de Cairu.
Ressaltou a importância do que eles realizam dentro do Centro Histórico de Salvador, atuando com a dinamização da cultura indígena, negra, africana, sertaneja, questões relacionadas com a infância, idoso e gênero, através de um projeto chamado Pêlo da Bahia é uma marca muito forte que foi criada pela SECOM onde tem exatamente a política de incentivo, se referiu a Djanira por ela também ter enfatizado a importância da marca e para o turista ela é fundamental e o Centro Histórico de Salvador, ele acha que tem uma coisa diferente, um recorte administrativo que existe dentro dele, pois dentro dele tem a área que envolve a área federal que é o IFAN, por uma questão de ser patrimônio mundial e por isso tem que cumprir normas técnicas e pelo estado se tem o IPAC. Frisou a presença de Ackermann Leal que é o Chefe de Gabinete onde esse órgão tem 189 imóveis distribuídos em 293 unidades, onde basicamente boa parte desses imóveis são situados no entorno dos largos onde eles estão responsáveis pela dinamização e tem também a prefeitura de Salvador que é responsável pelos solos, ou seja, tudo que envolve a relação de ambulantes, exatamente de quem vai passear por aquele solo do Centro Histórico passa a ser de responsabilidade do município onde tem uma gestão também, uma diretoria que é chamada Diretoria de Gestão do Centro antigo ou Centro Histórico. Citou a maior atividade hoje, no sentido da abertura do calendário oficial do estado da Bahia que é aberto por eles através da Festa de Santa Bárbara que é um bem patrimonializado pelo IPAC e que tem a responsabilidade hoje nas mãos da Secretaria de Cultura, IPAC, CCPI e a Irmandade dos Homens Pretos. André Reis mostrou em slides a importância que essa festa traz de uma construção de eventos envolvendo todos os atores possíveis, ou seja, a Igreja que é responsável pela produção interna do que é feito, o IPAC por sua vez por acompanhar por ser registrado como Patrimônio material, o Centro de Cultura Populares, no caso eles, como ressaltou, pela realização de toda essa atividade, montagem do palco, dos shows que acontecem nos largos, a toda essa produção do que é feito no espaço físico e ainda tem a atuação do município, embora menor nesse caso, por se tratar de uma atividade onde envolve diretamente o estado na junta do ordenamento do solo e por isso eles abriram exatamente as festas populares do estado da Bahia que começa com a Festa da Santa Bárbara e termina com o nosso Carnaval.
O Pêlo da Bahia segundo André Reis, dentro das competências que conferem a eles, está essa dinamização do Centro Histórico e dessa forma o projeto tem o objetivo de levar diversidade cultural de forma acessível ou gratuita em espaços culturais do Pelourinho e que eles sempre têm a oportunidade de estabelecer relações entre os municípios para que se tenham atividades culturais, dando exemplo que se pode ter por lá uma noite de Itaparica no Pelourinho, uma noite de Vera Cruz no Pelourinho, uma noite de Itacaré no Pelourinho e que já tiveram uma noite de vários outros municípios e ele ainda era chefe de gabinete do IPAC quando eles construíram essa aproximação para atrair o fluxo de turista. Contou que lá no Centro Histórico tem duas Associações fortes que é a Copelô, uma Associação dos Comerciantes do Pelourinho, e a Associação de Cultura e Arte. Voltou a repetir que o Centro Histórico se não tivesse hoje essas atividades à noite, certamente seria esvaziado, então é preciso repensar que um modelo construído anteriormente em 1994, gentrificou esses espaços onde tem hora para abrir e fechar e eles acreditam que esses espaços precisam trabalhar com ocupações e eles estão estudando ocupações durante o dia, com esses largos que ficam fechados, e um investimento muito maior do governo da Bahia.
André Reis mostra nos slides o Largo Quincas Berro D’água que antes da pandemia cabia 1500 pessoas, hoje se reduz para 246 pelo decreto do município de Salvador, cumprindo o que eles determinam. Exibiu também o Largo Tereza Batista, se referindo a ser também um grande espaço de fluxos no verão e é chamado como o Largo dos ensaios, e é lá que acontecem os ensaios do Olodum, do cortejo afro que hoje é um grande sucesso de bilheteria e de outras atividades. Por ser uma área coberta isso atrai um interesse maior da iniciativa privada. Ele falou também de outro espaço interessante que tem por lá que é a Casa da Cultura do Idoso e eles tem um trabalho também realizado dentro do Centro Histórico, no Largo Quincas Berro D’água, onde se trabalha a política do idoso e se realiza várias atividades como Terno de Reis, Samba de Roda, a Burrinha e outras manifestações que são feitas, todas pelo grupo da terceira idade.
Outro assunto foi sobre essa relação da segurança, André falou que o Pelourinho, por incrível que possa parecer, é um dos lugares mais seguros de Salvador por que eles têm lá um sistema inclusive de câmeras, e de todo um Batalhão, que é o 18° Batalhão, que tem feito um trabalho atuante por lá e disse que temos um problema na justiça brasileira se referindo que o menor infrator é pego pela polícia, preso, mas a justiça, pelas leis, eles são obrigados a colocar eles de volta na rua e isso é um problema que todos sofrem com a nossa Justiça brasileira.
Dando continuidade para finalizar sua fala, André coloca bem claro que quem vende o destino Pelourinho para o mundo não é o governo do estado da Bahia, quem vende é exatamente o trade, as operadoras, as agências. Cada turista que chega ali tem o operador, tem o agente de viagem e as agências receptivas que vão fortalecendo na chegada desses turistas e os grandes navios que chegam, esses cruzeiros, eles chegam com 5 mil pessoas e vão para o Pelourinho consumir o que se tem por lá, embora a pandemia tenha dificultado isso.
Continuou mostrando o Forte da Capoeira que é administrado também por eles e tem incentivado a importância da capoeira que é conhecida no mundo inteiro e esse Forte foi feito agora a retomada do espaço em parceria com a Secretaria de Turismo do Estado, com apresentações de capoeira de quinta a domingo e eles tem uma biblioteca especializada em capoeira, uma área de exposição e sete academias para valorizar exatamente essa relação. Como eles têm uma construção do que são eventos, então eles realizam essas atividades nesses espaços com a intenção de atrair, sobretudo em eventos que estão ligados à capoeira. Ressalta André.
Ele concorda que em relação a importância dos eventos para a atração de fluxo, a primeira coisa que se precisa ter é planejamento, inclusive muito falado pela parte da manhã, lembrando que os colegas trouxeram um calendário, e acredita que o calendário de Vera Cruz está pronto, acha que o calendário de Itaparica já passou pela Câmara e afirma que esses calendários ajudam nessa construção e na consolidação, por que diferente de quando a iniciativa constrói uma ideia, como é o caso de Djanira trazendo a proposta de fazer o festival, para utilização de recursos públicos, então aquele calendário é preciso que ele seja elaborado na Câmara de Vereadores e isso acaba burocratizando, mas é necessário porque envolve aqueles princípios da administração pública já tratados anteriormente. Além disso, ele disse que também se precisa de planejamento estratégico, mas para isso precisamos também fazer o dever de casa que ele nos conta que nada mais é do quê quando o prefeito assumiu seja de Itaparica ou Vera Cruz precisa passar pela Câmara uma aprovação do calendário oficial de festas e de atividades culturais para o município, porque sem ele não tem condições nenhuma de dar nenhum passo, e se não se tem a aprovação deste calendário, todos ficam inviabilizados de fazer qualquer atividade no solo de um município exatamente porque se tem a necessidade do estado, município e governo federal de aprovar as contas, as dotações orçamentárias que eles chamam de PPA (Plano Plurianual) e a LOA (Lei de Orçamento Anual) onde se tem lá estimado a possibilidade da execução de um recurso para tal atividade cultural ou não, por que o que está estimado não está dizendo ali o que foi aprovado ele tem o recurso para execução, ele tem uma dotação orçamentária planejada. Ele segue dizendo que o Estado tem um planejamento e que na Secretaria de Cultura tem uma ordem de cento e oitenta milhões estimado em dotação orçamentária, aprovado na LOA para execução de atividades culturais em todo o território baiano, mas isso depende de toda a arrecadação que o Estado recebe para execução e quando a Secretária de Turismo era junta com a da Cultura, há anos atrás, se tinha um orçamento juntos e quando desmembrou que foi Cultura para um lado e Turismo para o outro, eles perderam porque o turismo ficou um pouquinho mais, e a cultura um pouquinho menos, mas ainda assim ele diz que todos vão construindo dentro do Estado a possibilidade de execução. Ele lança a pergunta do porque ele trouxe essa fala tão importante? E responde que é por que todos estão dentro de um Fórum onde está se discutindo a importância de eventos, a importância de atividades culturais realizadas no município, mas é importante entender, a necessidade de compreender o que existe pelo município ou pelo estado de dotação orçamentária para execução porque esse equilíbrio econômico ele precisa acontecer e precisa ser aprovado pela Câmara de Vereadores. Fechou sua fala falando de dois grandes eventos que se consolidaram na Ilha de Itaparica: O FITA que trouxe essa relação de trazer dentro do calendário uma música que estivesse dentro da identidade de quem está em Itaparica, de como essa cidade enxerga nas relações com seu patrimônio, na relação do que todos tem em cada espaço desse turístico da Ilha e Vera Cruz com o Bye Bye Verão que é outro consolidado na sua quarta edição e que faz uma mistura, diferente do FITA, que traz uma relação mais misturada, entendendo exatamente a possibilidade de atrair um fluxo não só do turista, mas também do visitante, de quem vem desse recôncavo pela Ponte do Funil como foi falado pela manhã e isso gera também economia, o que difere é que para a Organização Mundial do Turismo o que é contabilizado é exatamente quando se chega no aeroporto, quando se hospeda em um equipamento hoteleiro, mas quando uma pessoa sai de Santo Antônio de Jesus e se hospeda em Itaparica e ele vai consumir algo na Cidade, isso também é benéfico para a economia local, então ele finaliza dizendo que é importante entender que eles fazem um evento para atração de turistas e de visitantes e esses visitantes muitas vezes é o nosso vizinho, ou seja, é o povo de Santo Antônio de Jesus é o povo de Feira de Santana, eles são visitantes e muitas vezes veranistas, e o turista que precisa vim pra cá, mas que precisa do apoio da iniciativa privada e argumentou que nós temos um problema sério na Ilha de Itaparica com equipamento hoteleiro e isso é um problema para receber o turista e afirma que o que fica para eles é o day use, é o caminho que sobra pra eles, o de realizar o day use, porque nós não temos a capacidade de hospedar o pessoal, primeiro pela quantidade de hotéis e segundo pela estrutura que eles encontram nos hotéis, então ele diz que isso também é um problema que se precisa compreender e também quando se vai para a ala de restaurantes, e lança a pergunta:
- Vamos fazer festivais?
- Mas como esse empreendedor do ramo que eles chamam de cozinha fora do lar, compreende?
Ele diz que precisa ter uma cozinha, precisa ter um pensamento, um conceito no seu cardápio, valorizar o que é da casa. Concluiu sua fala acreditando ter dado sua contribuição e que é importante pensar a Ilha de Itaparica também sobre o olhar desses eventos, que precisam está calendarizados, que precisam também ser trabalhados na perspectiva de atração de fluxo, lembrando a todos da necessidade do fortalecimento do trade turístico, a necessidade da governança, instituir essa governança e os Conselhos estão aí já existentes, mas ele diz que é preciso fortalecer a relação da união e deixar a política de lado e em sua opinião no turismo se colocar a política no meio, não anda e pede que todos trabalhem na ideia de construção, disse que esse era o seu recado e que estava aberto para as considerações e perguntas.
Para dar continuidade às falas, Marconi Baraúna chamou o Secretário de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de Itaparica, o Sr. Emílio França que chegou dizendo que suas colocações estariam voltadas aos debates que houve pela manhã e naquele momento passaria a palavra para François Starita, Diretor de Cultura da Cidade de Itaparica que falou da importância do fortalecimento da cultura que permite o desenvolvimento do turismo e que ele acha muito interessante. Nos informou que a parte da Secretaria de Turismo de Itaparica está organizando a vinda do turismo na cidade, seja trabalhando com transporte marítimo com divulgação dentro e fora do município, como também o fortalecimento da cultura popular, tradicional e isso eles estão fazendo desde o início da gestão do Prefeito Zezinho, em janeiro. Concordou que a data magna do município é o 7 de janeiro, por ser uma data simbólica e histórica, que traz a riqueza da cultura popular e permite muitos desdobramentos e além disso é ligado com outros municípios fazendo desenvolver a intermunicipalidade. Por isso que ele acha que um dos primeiros trabalhos foi o de fortalecer os seus registros de patrimônio material citando a Associação dos Caboclos de Itaparica ligados a esses processos. Acredita que daqui a dois anos o 7 de Janeiro de Itaparica será o Patrimônio da Nação Brasileira, fortalecendo a projeção da cidade no cenário nacional e junto com esse trabalho eles acharam muito importante desenvolver a Associação dos Caboclos de Itaparica que hoje tem uma sede e a ideia é que se pode ter um roteiro com apresentações culturais o ano todo, com todos os dias da semana tendo apresentações e ele acha que chegou a hora da cultura popular poder se posicionar.
Como ele já havia falado, François Starita continuou dizendo que antes do turismo existiam grupos tradicionais com vestes religiosos e hoje as pessoas não querem mais tocar de graça, atuar em praças sem reembolso, não quer mais tirar o dinheiro do bolso para fazer eventos, comprar figurinos e ele acha que isso é normal porque a cadeia produtiva se profissionalizou, então os artistas, quem sabe se apresentar, quer ganhar o seu cachê e isso vai ser um desafio da cultura nos próximos 10 anos e desta forma, ele acha que se não tivermos uma profissionalização dos grupos de cultura popular tradicional, como é os Caboclos de Itaparica, o grupo de Samba, os afoxés que estão ligados ao candomblé, eles vão desaparecer, o poder público deve também entender que enxergar esses grupos de cultura popular também os atores culturais, que são profissionais, e que tem possibilidade de gerar economia dentro do município.Isso ele acha que é o mínimo de visão que tem que ter e que o povo quer ter orgulho de sua cultura não dos números de postos de gasolina ou de supermercados que tem na cidade citando que Itaparica tem a glória pela sua cultura que seja o Patrimônio imaterial, matéria e natural e isso é que tem que ser realmente fortalecido e de um modo natural o turismo irá chegar ao município.
François Starita fez outra consideração falando que de fato Itaparica foi prejudicada por causa da beleza de suas praias do ponto de vista cultural e que foi observado que até a segunda guerra mundial, o sete de janeiro é uma data muito forte para os itaparicanos e no Brasil todo e antes se festejava e todo mundo falava dessa data e com o turismo de sol e praia que se desenvolveu, essa data ficou em segundo passo e a festa de largo foi esquecida seu significado e hoje na necessidade de diversidade do turismo, Itaparica deve fortalecer a sua identidade cultural e não viver só de sol e praia, mas também fortalecer o Forte de São Lourenço como exemplificou, e hoje ele tem um memorial e os monumentos, os patrimônios materiais do município são também ligados à história da batalha travada em 7 de janeiro ou aos festejos e ele acha essa relação maravilhosa entre patrimônio material e imaterial. Contou a história que pelo centenário do 7 de Janeiro, em 1923, os itaparicanos decidiram construir uma igreja que ele acha natural por nesta época a fé católica reunir elementos mais fortes da sociedade, então foi decidido construir uma igreja e em Itaparica tem igreja como Patrimônio do município tombados, que tanto interessa sua beleza arquitetônica, como interesse patrimonial para a identidade e memória do município e é fundamental essa integração. O Forte também entra no mesmo patamar, continua, pois participou da batalha do 7 de janeiro e foi um dos principais atores, onde o governador português queria tomar a Ilha de Itaparica porque o Forte contornava o Rio Paraguaçu e também o Jaguaripe e ainda ele é tão estratégico que ele diz que a Marinha do Brasil não quer entregar definitivamente o Forte a prefeitura de Itaparica, então ele continua dizendo que esses são elementos fortes que eles tiveram. Para Starita, os festejos de 7 de Janeiro tem que ser fortalecido e ele falou que Brasília tem um destino cívico onde as pessoas vão visitar outros prédios que representam com poder federal e nós podemos desenvolver o mesmo tipo de turismo em Itaparica, o ano todo fortalecendo tudo o que está ao redor dos festejos, das batalhas, então eles tem o memorial, a sede do Caboclos, e o que ele acha ser interessante neste contexto é de mostrar que tudo é interligado, que essas igrejas têm histórias e esses patrimônios são os testemunhos das nossas histórias, eles contam a nossa história e não são apenas atrativos turísticos, porque ficam as coisas da maternidade, eles contam a nossa história, a nossa Identidade, para todos os seres humanos. São pessoas que lutaram que tiveram fé para construir, então ele acha que o elemento fundamental pode ser transmitido aos visitantes e fazer da experiência dele uma experiência única na visita a Itaparica e contou a experiência dele pessoal de viajante, que quando ele visita um país e ele passa uma experiência que vai mudar a visão dele do mundo, ou da sua própria história, é uma coisa que ele guarda para sempre e é isso que ele acha que todos tem que trabalhar, porque a cultura permite fazer junto com a sociedade civil e a prefeitura que tem o papel de apoiar e não existe no sentido dele, uma política artística de governo por enquanto e que não é como a União soviética que decide os artistas que merecem o apoio do governo, não é assim como ele diz, o governo da Bahia faz pela política de editais e em Itaparica comoveu a todas as pessoas que querem fazer a cultura no município e são muitos. Através desses editais eles fizeram experiências como um concurso de fotografias onde as pessoas vão fotografar elementos do patrimônio do município ou as pessoas. E essa gestão quer valorizar a história da cultura do município, da logomarca da gestão.
Finalizou falando da proposta que ele fez a um grupo de jovens com o primeiro encontro de hip hop que são tão agregadores, que as pessoas de Salvador querem participar e que eles vão fazer na quadra esportiva para poder limitar os acessos, falou também do concerto de natal que é uma cultura tradicional com um coro de crianças e de idade e todos esses aspectos demonstram a diversidade que o município de Itaparica tem em todas as suas dimensões. Concluiu.
Marconi Baraúna passou a palavra para o público presente na participação com perguntas e questionamentos para o debate, aproveitando para parabenizar a Sargento Rozenir junto a 5CIPM, agradecendo pela presença.
Yulo falou mais uma vez dizendo que a gente tem em Itaparica duas coisas: uma é o desenvolvimento do turismo que em uma cidade como Itaparica, que tem três imortais na literatura e que é uma cidade bucólica, citando a Ponta das Baleias, e que a gente tem que pensar eventos que dialoguem com esse bucolismo da cidade, porque o atrativo de Itaparica, tanto é que tem por lá uma residência artística, de algo internacional, que é o Instituto Sacatar, que tem muitos artistas que vão para lá, e devido a essa atmosfera que Itaparica tem, então ele acha que os eventos têm que dialogar nessa atmosfera e também que ele sempre acha que em uma cidade plana, o turismo poderia ser desenvolvido através de muitas coisas, de muitas vertentes, um público da maior idade que é o que gera muita renda e Itaparica tem toda uma atmosfera para isso, um público de eventos ligados à atividade cultural explicando que existe uma diferença entre um produto cultural e o entretenimento, e ele se refere ao FITA que quando foi proposto, ele abarcou toda a integração com a comunidade local, foi apresentado ali mais de 36 atrações locais e tem os artistas, os locais são privilegiados, são pagos os cachês, são convidados a estarem no mesmo palco que um artista famoso e esse foi o motivo de não querer dois palcos. Ele acha que isso simbolicamente para um menino de uma escola Municipal, que é mobilizada para um concurso de poesia, o menino ou uma menina, se referindo a faixa etária, que sobe a um palco, no mesmo que uma Gal Costa, ele jamais vai esquecer disso e a auto estima dele vai se lembrar disso sempre e isso na visão dele é um grande elemento transformador, como ele mesmo diz. E o FITA em todas as suas instâncias, por que se acha que o FITA são só shows, mas nas salas dos Centro de Convenções do Grande Hotel, tem outras atrações como palestras na manhã e a tarde toda e tudo lotado, fazendo com que o evento seja um Produto de Cultura verticalizado que tem o cuidado com a comunidade e que uma outra coisa é um show com qualquer atração, concordando com o que André Reis falou do Bye Bye Verão e o FITA, sendo os dois grandes produtos de Cultura da Ilha de Itaparica a nível de visibilidade, achando o bye bye verão muito bem sucedido no quesito projeto de apelo popular, contando também que esteve no show de Caetano Veloso e isso não é uma crítica ao Bye Bye Verão, mas o show de Caetano estava esvaziado, e por que que ele estava esvaziado? Porquê Caetano estava inserido dentro de uma grade que o público dele não vai e ele como produtor lida com o público, então ele foca no público, aquele é o público x deste projeto, porque ele tem uma qualidade, uma vertente assim, então essa pergunta que é uma que ele já havia feito em outras gestões a nível do que é o turismo e do que não é, e o que está pautado a essa pergunta é:
- Que público é que Itaparica quer?
Porquê ele diz que um público anula o outro e não foi ele que inventou essa rede social, mas a gente tem que identificar isso e que essas barreiras sociais infelizmente elas existem e ele acha que é por aí, quando se fala de Cultura, que é cuidar de, cuidar do entorno, e ela vai derivando até chegar no conceito de Cultura que nós temos hoje. Cultura é tudo, continuou, e a cultura muda, ela anda, não é uma coisa morta, estagnada, que a gente tenha que preservar como um movimento e não está dizendo com isso que os movimentos não devam ser preservados, não é isso que ele quis dizer, mas cultura é uma coisa viva. Se referiu a François que falou do festival de Hip Hop, mas que esse festival não tem nada a ver com as tradições populares, mas ele acha ótimo que tenha, porque o conceito de Cultura abrange o Festival de Hip Hop, a baiana do Acarajé, o Caboclo, a comida, a culinária e a forma daquele povo se comportar, então para ele o conceito de Cultura é muito amplo, e é pretencionismo todos acharem que a Cultura é intocada, a Cultura brasileira não é intocada, ela é miscigenada, aqui é terra de índio Tupinambá, que dava origem a antropofagia e segundo Mário Andrade que criou o movimento antropofágico, e ele acha que é justamente isso, que a gente devora tudo e transforma em outra coisa, e essa é uma característica da Cultura Brasileira, da Cultura baiana. O Brasil tem a capacidade de absorver tudo e transformar em outra coisa e a nossa força está nisso, e é isso que a gente precisa entender os símbolos populares, mas ele tem essa abertura do saber, diz que ela é viva, não está morta, e se dirigiu a Larissa dizendo que era o que ele achava, e ia falar com ela que ela ali, que é uma pessoa mais ligada ao pai, o prefeito Zezinho, que já não estava mais presente na parte da tarde, que eles deveriam pensar mais sobre isso e assim indo um pouco mais longe, pedindo desculpas a François por não ser nada pessoal com ele, mas comemorar uma data como 7 de Janeiro com uma ópera vai de encontro a sua própria fala e finaliza avaliando que a prefeitura deveria rever isso porque uma ópera, não que ela não deva ser feita, mas em outra data, ela não condiz com a cultura nem com nenhuma festa magna da cidade de Itaparica.
Luiza, participante do público, se apresentou dizendo estar acompanhando esse trabalho da gestão através de François, parabenizando as prefeituras de Itaparica e Vera Cruz, e que ela foi para o Fórum com o interesse em aprender, comentou que realmente diante das falas e das pessoas que se colocaram, ela ficou muito agradecida, por ser um grande aprendizado, inclusive com as pessoas da própria Itaparica que ela tem grande apreço. Ela continua argumentando que tem uma empresa que trabalha com gestão de estrangeiros no Brasil e por conta disso, ela ouvindo tudo o que foi discutido, todas as falas, ela tem uma pergunta que na verdade é quase uma sugestão, como mencionou, que diante de todo esse trabalho do trade que está sendo devolvido, ela acredita que já tenha sido discutido ou colocado a participação do município nas feiras de turismo nacionais e internacionais, inclusive como Marcelo Fróes falou, que existem feiras de esportes náuticos, não só no Brasil, como no exterior e ela acha que seria recomendável a produção de portfólio dos dois municípios e que esse portfólio fosse enriquecido por todas as tradições culturais e todas as potencialidades do município, apresentado nessas feiras, para que com isso se possa trazer, não só o empresariado, citou como exemplo Itacaré, que é uma cidade hoje, de um turismo rico e tem também Praia do Forte, que também é um sinônimo de turismo rico e respondendo até o que foi colocado em relação a que tipo de turista, ou que tipo de empreendedor querem atrair para Itaparica como o melhor possível. Porque isso é bom não só para quem tem potencial financeiro, mas também para a população que necessita de emprego e renda, sendo a primeira coisa a ser discutida neste Fórum, pois em sua visão de nada adianta criar uma estrutura dessas, onde o seu cliente possa chegar e não possa pagar, e como é que ele vai saber que existe uma estrutura como essa em Itaparica? Somente se alguém por lá informar para ele e ela acha ser uma forma barata, rápida, dinâmica e coerente de fazer a divulgação do trabalho de todos.Concluiu dizendo ser essa a opinião dela deixada no Fórum, parabenizando a todos mais uma vez.
Janderson, o diretor de turismo de Itaparica falou que é importante eles, enquanto poder público, se posicionar diante de algumas questões ditas e informa que Itaparica tem se preparado visando inclusive a volta do turismo no pós pandemia com pujança, já que o turismo interno vai estar bastante potencializado e Itaparica por ser, como nos disse Avani Duran, um dos destinos mais procurados hoje, então eles têm que nos preparar, e com isso na programação, eles vão montar os roteiros turísticos com Luzia Brito, vão também participar da maior feira de turismo do Brasil a Abav Expo 2021 em Fortaleza, e isso ele reforça que é um ganho Itaparica estar presente nesse momento com materiais e estão também na articulação, e que vão levar para três SACS o serviço de atendimento ao turista da Baía de Todos os Santos que fica no Pelourinho, Rodoviária e Aeroporto.
Janderson, informa que a Secretaria está se preparando e Itaparica, eles entendem hoje que o trade está frágil por conta da Covid19, e com isso eles ouviram o trade aproveitando para parabenizar a importância de militância na pessoa do amigo Zé Olodum, eles fizeram o card, o guia turístico para justamente atender todo o trade e eles estão trabalhando, visando uma Itaparica melhor, visando um retorno do turismo já no próximo mês. Agradeceu a infraestrutura dizendo ter parceria direta com a Secretaria sabendo da necessidade também de termos infraestrutura porque o turismo não é só trade e nem gestão, se precisa de infra e o prefeito entende isso, e é pra lá que vai, como dizia sua avó. Finalizou
agradecendo.
André Reis pediu para fechar o bloco já que foram mais colocações do que perguntas e passou para Antônio Lima, que falou mais uma vez pegando um exemplo prático, como ele mesmo disse, com o objetivo de colaborar em busca de alternativas para o turismo e ele viu nesse Fórum da Ilha de Itaparica, muitas propostas de turismo alternativos e caminhos importantes, principalmente nessa área cultural e ele como economista, tem que ver as coisas no curto, no médio e no longo prazo e ele observou no Fórum muita ação de longo prazo e que às vezes requer um investimento que talvez a prefeitura não tenha para fazer esse tipo investimento ou que precise de tempo para captar esses recursos e que ele gosta de pegar exemplos do cotidiano para poder todos estudarem e se referiu a duas semanas atrás onde o governo federal lançou, deu uma pausa para dizer que é ciclista também, mas que não ia entrar em questão da ponte Salvador/Ilha, por não ter ciclovia, pois isso já está dando o que falar e nós vamos virar piada internacional quando isso acontecer, mas enfim, inclusive continuou dizendo que nenhum dos dois prefeitos se manifestaram com relação a isso, em não ter na ponte uma ciclovia, ressaltando que todos percebem que o produto tem um investimento tão grande, mas já saí sem ciclovia nenhuma e ele não entende o porquê, mas que isso era somente uma indagação, mas em relação ao que ele queria dizer é que foi lançado pelo Ministério de Desenvolvimento Regional o Selo Bicicleta Brasil que vai premiar prefeituras, entidades, órgãos com recursos para ações que estejam focadas para estimular o transporte cicloviário. Ele relata que na Ilha de Itaparica há 5 anos atrás ela tinha recursos para fazer 300 km de ciclovia na ilha toda e eles fizeram em Itaparica muito pouco nessa área, sendo que Vera Cruz usou muito desse artifício inclusive fazendo praças com a inclusão de ciclovias. Então ele fala que esses selos continuam e a expertise é ir buscar nesses selos os recursos voltados para a área cicloviária e que se pode simplesmente transformar isso em forma de praças, dentro dessas praças tendo as ciclovias, e essa é uma contribuição que ele gostaria de dar esclarecendo que não adianta ficar pensando em turismo, e ele pensa muito no curto prazo e como é que vai ser no verão, como ele Itaparicano que é, não está vendo movimentação para esse próximo verão e que Itaparica vive hoje exclusivamente do sol e da praia, sendo isso uma preocupação e ele gostaria de saber o que é que está se pensando para isso? E outra coisa que ele citou foi que existem questões de infraestrutura que não adianta se pensar em turismo sem pensar nisso, e ela tem que ser pensada dentro da nossa realidade, que Itaparica tem hoje. E a pergunta dele é essa mesmo que ele gostaria de saber: O que se tem pensado em relação a essa infraestrutura, seja em relação a transporte? Porque turismo é fundamental, mas primeiro tem que pensar em infraestrutura e para ele a infraestrutura na ilha como um todo, é precária, sempre foi. Vera Cruz melhorou um pouco, como ele segue falando, aproveitando o gancho para dizer que esse pensamento de trabalho coletivo entre Itaparica e Vera Cruz é muito importante e acha de grande inteligência, mas o público que frequenta o município de Itaparica é diferente do município de Vera Cruz na visão dele e sugeriu muito cuidado com esse tipo de olhar no que diz respeito ao turismo, ou seja, vamos trabalhar conjuntamente, em que área? na infraestrutura, no Hospital, no saneamento, no transporte público, na limpeza? Ele acha que isso é de fundamental importância e vai ajudar bastante, agora do ponto de vista de Cultura, de ocupação, de perfil identificado entre as duas cidades são completamente diferentes. Conclui.
André Reis aproveita a fala de Antônio Lima, salientando que quando estava almoçando com o empreendedor Ricardo e Larissa, ouviu na mesa exatamente a viabilidade da ordem de cinco milhões de recursos ordinários do Ministério do Turismo para requalificação da orla de Amoreiras e Ponta de Areia onde inclui a parte de ciclovia. já é um avanço para Itaparica.
Débora Reis pediu a palavra para responder às colocações de Antônio Lima em relação ao que ele havia dito sobre o projeto da ponte não ter ciclovia, mas ela afirmou que esteve em uma reunião no dia 27/09, no sábado, com o vice governador, João Leão, e uma das perguntas que ela fez a ele foi essa, onde ele mostrou o projeto na qual existe a ciclovia sim. Então sugeriu para que todos possam dar uma verificada, mas como eles não estavam nesse Fórum para falar de pessoas, concluiu que ela vai continuar lutando por um desejo de todos e principalmente para os munícipes, até para ela na condição de vereadora. E uma outra colocação que foi dita que há muito tempo não se vê e nem ouve falar em turismo tão bem como no Fórum e que hoje eles estão vivendo um outro momento, e o que não foi falado antes, a partir dessa nova gestão vai ser falado, por ser a proposta deles exatamente essa, citando o turismo como uma das bandeiras que estão levantando e não estava ali para defender ninguém e sim para defender a cidade, que é o papel dela, de defesa de Itaparica e se não existe realmente a ciclovia na Ponte, concluiu que sairiam dali com a comissão montada e organizada, procurando a Secretaria de Infraestrutura, a Conder, o Vice governador ou seja lá quem for, contanto que essa comissão já saia do Fórum com pessoas que pensem por igual, pensem pela cidade e não por si, se referindo a alguém que falou que não dá para ter romantismo na política, e muito menos política no turismo e que se precisa pensar em Turismo grande e é essa ideia deles, dessa nova gestão.
André faz umas conjeturas informando que Débora Reis já havia sido secretária de turismo da cidade anteriormente, dando sua grande contribuição, vendo a importância das falas de todos e sem dúvida que eles estavam lá para isso, para compreender e entender uns aos outros.
Em relação à ponte, André Reis diz ter participado na época do programa junto com a Débora Reis, da formação das discussões da Ponte Salvador/Itaparica, sobretudo no papel de coordenador local por Vera Cruz, na época, e dentro disso foi construído o que eles chamam de PDUI que é o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado e o primeiro momento que se pensou foi essa integração dos dois municípios a partir do advento da ponte Salvador/Itaparica e ele diz que após isso esse é um momento que retorna exatamente nessa discussão de integração desses dois municípios sobre um ponto importante do turismo, que é a integração econômica, sendo fundamental sobre o aspecto, não só da relação do turismo, mas também a relação social e que diante disso, sobre essas observações, ele diz não ter certeza, direcionando a fala para Antônio, mas ouviu falar que estava em discussão de ser condicionantes essa parte da ciclovia, por ele, sr. Antonio ter afirmado que não tem, e se não tem realmente, cabe sim uma discussão, aproveitando a Vereadora junto com os prefeitos Zezinho e Marcus Vinicius, para verificar se existe e como isso seria colocado já que o projeto foi aprovado e já se encontra em assinatura de ordem de contrato da execução da obra da ponte. Ele espera que esse condicionante tenha realmente sido contemplado pelo Governo do Estado da Bahia, que é o responsável através do consórcio chinês. Finalizou passando a palavra para Emílio.
Emilio Franz Conceição, Secretário de Finanças de Itaparica Falou sobre o tema: LANÇAMENTO DOS ROTEIROS TURÍSTICOS DA ILHA DE ITAPARICA/GUIA TURÍSTICO começou falando também da questão da ponte Salvador/Itaparica, a relação deles com esse projeto. Ele estabelece nos últimos anos uma governança que foi construída e fortalecida a partir de 2013 onde a Sociedade civil junto com o poder público fez valer o artigo 41 e exigiu do governo do estado cooperação técnica e financeira com o fechamento desses convênios, para os estabelecer, para fazer o PDDU, o Plano Urbanístico, também eles contrataram assessoria técnica, pois a máquina municipal não tem capacidade de fornecer acompanhamento técnico de estudos tão grandioso com tamanho impacto. Formaram um grupo de acompanhamento local onde André Reis era responsável na época, e se aprofundou o PDDU e o PDUI foi elaborado com as duas visões: cenário com ponte e sem ponte, e eles pensaram tentando construir uma visão de futuro da Ilha, pensando nesses dois cenários com ponte e sem ponte, e a conclusão foi que Itaparica não precisa da ponte para se desenvolver e há estratégias que podem ser implantadas que independe da Ponte e que todos tem que entender e ter isso muito bem claro que a ponte não é para Itaparica, e esse é um ponto. Emilio define a Ponte como um sistema logístico para desenvolvimento da Bahia que precisa de Itaparica, porque se não precisasse passaria por cima e tchau Itaparica. Então ele volta a dizer que a ponte não é para Itaparica, mas a martelada já bate por lá por mais de 10 anos e quantas invasões eles já tiveram que tirar de Itaparica? Perguntando a François, de manguezais com ocupações irregulares que vinham destruindo o meio ambiente? Quantos enfrentamentos e especulações imobiliárias do Centro Histórico de Itaparica que se tem que fazer até hoje? E aí ele destaca a posição da atual gestão, firme nesse sentido. Porque se está falando de Cultura e desenvolvimento turístico através da coordenação da cultura do patrimônio de Itaparica, como é que eles vão descaracterizar o Centro Histórico? Mas quem falou sobre consciência do patrimônio, realmente têm que ter essa consciência para valorizar o patrimônio e que eles escreveram no município o edital resgatando a história do BNDES onde o Centro Histórico todo vai ser requalificado, os logradouros, os mercados, o balneário, uma parte dos jardins da Casa Rosa, a praça da quitanda do Santíssimo e outras reformas a se fazer, então isso tudo vai ser recuperado, a seleção saiu agora em outubro e em dezembro o restauro final, e o IFAN está escrevendo esse mesmo projeto no Fundo de Rendas e Fluxo com a possibilidade até deles sair de um, podem até modificar algumas coisas e depois venha fechar logo tudo.
Em relação às acessibilidades reais da Ilha de Itaparica, Emilio Franz destaca o resgate da governança a partir da união da Ilha que entram para discutir juntos, a ilha. E quanto a discussão quem vai puxar para lá ou para cá ele afirma que não existe, eles tem vários pontos. Continuou dizendo que a palavra chave é governança, se voltando para responder a Antônio Lima, e diz que é pelo motivo de que todos perderam tudo isso e que era para estar disputando tudo isso muito antes, já que estava tudo na mesa de negociação, era para já estarem disputando toda essa reforma com as discussões com o governador. Na verdade como disse Emílio, o projeto executivo já está pronto e aos olhos dele, o que importa e o que tem que ser feito, é o fortalecimento da governança, e aí a união da Ilha é importante para todo esse processo e nós como sociedade civil, trade tem que está reforçando esse detalhe para que se faça valer da decisão final, o que seja interessante para Itaparica, porque como ele mesmo disse: a ponte não é para Itaparica, ela vai ser o retrato da nossa opção ou da nossa ação, certidão pedindo para reivindicar isso não vai ter, mas se a gente reivindicar vai ter, porque está tudo delineado e ele pode relacionar várias ações dos temas que se retratou no Fórum, e de outras áreas que já foram descumpridas pelo governo do estado, mas não ia alongar mais, se tivesse outro momento para falar ele colocaria seus argumentos acerca das falas ocorridas pela manhã, principalmente turismo náutico, falou também da decisão de uma ação do prefeito Zezinho de recuperar a infraestrutura e já está fazendo isso desde os primeiros meses de mandato, na cidade toda e em Vera Cruz o prefeito Marcus Vinícius também está recuperando. Despediu-se achando que deu para todos entenderem o que foi dito por ele e agradeceu a todos.
Já Raimundinho, o Vice-Prefeito de Itaparica fez um breve relato em relação a essa união entre as prefeituras da Ilha de Itaparica e que agora não se fala mais só de Vera Cruz ou somente de Itaparica, mas os carimbos do desenvolvimento sócio econômico para a Ilha de Itaparica. E quando se fala Ilha de Itaparica ele diz que representa a integração de povos, cultura e literalmente de anseios e ver o trabalho ser conduzido por pessoas que sonham em ver a Ilha inteiramente voltada a ser cantada em versos e prosas, como Itaparica terra da alegria, Itaparica terra da felicidade, e nossa gente fazendo história. Concluiu.
Débora Maciel, Diretora de Turismo e Cultura de Vera Cruz, a proponente do Prefeito de Vera Cruz/BA, saudou o dia muito importante que é o dia do turismo, comemorado no dia 27 de setembro e disse já haver 10 anos que trabalha na Secretaria de Turismo de Vera Cruz, que para ela esse é um marco muito importante porque já se vem buscando isso há muito tempo, os dois municípios estarem trabalhando juntos em prol do turismo e pra ela ver as duas logomarcas no painel significa muito achando isso fenomenal ver os dois municípios unidos, não só em prol do turismo. Ela espera que a partir desse Fórum da Ilha de Itaparica seja um marco inicial e que todos possam continuar juntos trabalhando por uma mesma causa. Concluiu.
Inés Grimaux, Presidente do Conselho de Turismo de Vera Cruz (Comtur Vera Cruz) e membro do Conselho de Turismo de Itaparica (Comtur Itaparica), enfatizou a importância de transformar de fato o Turismo como força econômica da Ilha de Itaparica. A vocação turística da Ilha é indiscutível, assim como o slogan do nosso Fórum, primeiro destino turístico do Brasil, evidencia. Inés Grimaux argumenta que dentro da cadeia produtiva do turismo praticamente se incluem todas as atividades econômicas empresariais. A Ilha de Itaparica proporciona quase todos os segmentos turísticos a serem trabalhados: náutico, gastronômico, religioso, cultural, histórico (participamos do nascimento do Brasil), ecológico, sol e praia, claro. Foi o que disse, finalizando também com os agradecimentos a todos.
Marconi Baraúna para dar continuidade agradeceu a todos que fizeram o uso da palavra e conforme a programação eles deveriam está iniciando a última mesa com o tema LANÇAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS DA ILHA DE ITAPARICA – GUIA TURÍSTICO, mas houve um pequeno atraso e ele por acreditar e está assistindo a fala de cada um, aos que tiveram a oportunidade de sentar naquelas cadeiras com a demonstração da efetiva e necessária participação dos senhores e senhoras, mesmo aqueles que só quiseram escutar, para a construção de uma Ilha e de uma cidade que pensa o futuro, que pensa o turismo e de forma democrática e saudável, alimentando o desejo com convergências e divergências de posicionamentos e ideias de sentimentos, mas que com certeza se não ninguém estaria nesse Fórum e que querem o melhor para a cidade de Itaparica e para a ilha de Itaparica como um todo. Marconi deu continuidade com a apresentação dos cases de sucesso com três temas: o primeiro foi: Turismo de Base Comunitária com o palestrante Professor Alberto Viana, o segundo: A Experiência do Turismo de Base Comunitária em Vera Cruz com o Tereré e Maragogipinho, que teve como palestrante Adelson das Neves e o terceiro: A Experiência com Base do Turismo Comunitário de Vera Cruz com ViverTur e Matarandiba, que teve como palestrante Evaldo José Pereira.
Com a palavra o Sr. Alberto Viana de Campos Filho que começou dizendo que ia procurar ser o mais breve possível, mesmo por que quem ia apresentar os cases de sucesso era Evaldo e Reitel, mas ele como pesquisador ele estava ali mais para fazer provocações e ele foi para lá muito mais para ouvir do que falar, mas como algumas coisas o incomoda, ele acha que a zona de conforto muitas vezes deve ser sacudida e ele achou importante pontuar algumas questões que possa trazer uma visão diferenciada no que foi o turismo na ilha até hoje e quando ele estudou turismo na década de 90, ele nos conta que tinha um professor, Paulo Muniz, filho da ilha, de Jiribatuba, que na época chamaram eles junto com a operadora turística Itaparica, esse convite veio por eles estarem recebendo a visita de um sacerdote Nigeriano e que entraram em contato com a Universidade para que eles fizessem um estudo de algum local no Recôncavo ou na região metropolitana que pudesse ser um Centro, que seria um resort nos moldes africanos, para que as pessoas tivessem vivências terapêuticas, religiosas e pudesse se hospedar com atividades de lazer. Mas infelizmente o Professor Paulo faleceu precocemente, em seguida, e esse projeto foi abandonado. Mas ele declara que foi muito significativo fazer esses estudos e ele lembra que visitaram ali perto das Ruínas do Senhor da Vera Cruz e foi a área perto de uma Lagoa que foi conversado com os Orixás Encantados que escolheram implantar essa ideia de empreendimento, e depois a vivência dele na ilha de Itaparica voltou na implantação da unidade ecológica, da unidade de conservação da Ilha do Medo junto com o grupo Germen e ele fez o parecer na área de turismo , onde ele queria saudar também, já que pela manhã foi saudado o mestre Abelhinha, ele queria fazer o mesmo com os baluartes do turismo da Baía de Todos os Santos, referente a questão ambiental, aclamando o professor Edvaldo Queiroz que lutou muito por Itaparica, e recentemente sepultado por ter contraído a Covid19, o nosso querido Augusto Saraiva, que era o coordenador do grupo Germen, deixando sua marca também com o projeto Baía de Todos ao longo da história. Falou também que tiveram uma rápida conversa com os Guaranis com a ideia de ser o primeiro projeto de TDC da Ilha, há 11 anos atrás, e ele está voltando agora para Itaparica, onde agradece muito o convite dos organizadores, dizendo que colocar em estudos as correntes alternativas de turismo e as correntes alternativas de gastronomia em um evento oficial de turismo, é muita coisa para eles, porque geralmente eles conversam muito bem entre eles como universidade e como sociedade civil, porque os empresários geralmente não conversam sobre isso e o poder público também, então para ele é bastante significativo estar no Fórum e isso aponta uma responsabilidade grande para todos nós, no ponto de vista dele. Falou um pouco de turismo comunitário, sustentável e solidário, um pouco da gastronomia, apontando um pouco também do turismo social e disse que estão apenas começando essa história na Bahia. Pediu para trazer algumas reflexões junto e muito rápidas dizendo que o turismo que eles defendem é o turismo desses sujeitos que geralmente foram alijados, afastados mesmo do processo de participação do turismo convencional, do turismo de massa e agradece a Deus. Mensurou que hoje já se começa a organizar suas comunidades para receber seus visitantes, com as suas peculiaridades, e o que ele acha que desperta no turista, é que ele não vai achar isso em nenhum outro lugar do mundo. Primeiro eles acreditam em um turismo como fenômeno, como ciência, como técnica, como atividade econômica e dentro da atividade econômica, não só a atividade econômica de economia de mercado, mas de outras economias e cita o case da ViverTur de Matarandiba que a economia solidária pode ser essa ferramenta de inclusão, ou melhor ainda, de envolvimento, não de desenvolvimento, mas de envolvimento para diversas atividades econômicas, inclusive o turismo sem envergonhar ninguém, pois tem prefeito que tem vergonha de suas comunidades, assim como também tem prefeitos que pregam ali pelo mundo que seu destino é eco, é sustentável, mas quando se vai ver na prática, não é.
Continua sua fala dizendo que em 2013 em um destino na Bahia muito próximo da Ilha de Itaparica, convidaram ele para dar uma palestra sobre Eco gastronomia em um Fórum internacional, e a pessoa que foi pegar eles no ferry boat foi o Diretor de Turismo e o Secretário de Cultura e Turismo tal. Conversa vai, conversa vem como ele mesmo conta, o Diretor diz: o ápice do nosso município é o festival tal. Beleza! Ele responde. Mas o detalhe é que ele não fica na cidade nesse dia. Daí ele pergunta: Como? e a sua secretaria? O diretor responde que não aguenta o trânsito, não aguenta a poluição sonora e nem o volume de pessoas que estão lá e isso é o destino eco que a prefeitura vendia como eco, o governo do estado vendia como eco, o Ministério do Turismo e os empresários vendiam também como eco, então para eles o turismo bom é aquele que primeiro tem que ser bom para seus moradores e se não está sendo bom para os munícipes tem algo errado. Tudo o que foi implantando neste Fórum pela manhã tem que ser levado muito a sério pelos gestores e que se o saneamento, a segurança estão incomodando o morador, também vai incomodar o turista e se a falta de fala da sociedade civil tá incomodando, ela precisa passar a ser ouvida e contemplada e isso demarca um outro tipo de turismo, que não é o comum. Eles estão vendo no dia a dia.
Uma das reflexões que ele trouxe foi a ausência também dos secretários de agricultura nesse Fórum e todos têm que refletir que pontes, metaforicamente é claro que ele se refere, que pontes estamos construindo ou deixando ruir, discutindo esse 1º Fórum de Turismo em Itaparica? Que futuro é esse que estamos querendo? Ele acha que se fosse o prefeito da cidade, com certeza o secretário de agricultura deveria estar lá no Fórum, e que até essa ponte chegar, ele transformaria a Ilha de Itaparica em um grande canteiro de produção de comidas orgânicas, de sintropia, para que o nosso turista se sinta realmente no destino responsável por está comendo uma comida sem agrotóxicos, sem contaminantes, por estar comendo um pescado de um local que não passa esgoto e que não é derramado nenhuma indústria química, e que felizmente a gente tem a mais bela Baía do mundo e não dá para se viver em uma Baía, chamada de sustentável por alguns, tendo pescador morrendo de câncer e crianças nascendo com mutações genéticas, que isso era fato e incompatível com o turismo sustentável.
E a segunda coisa que ele esclarece é que eles acreditam em um turismo organizado e gerido de benefícios para a Sociedade civil que é sempre colocada fora desses processos e hoje eles começam a ter pequenos indicadores que sinalizam que esse horizonte tem mudado, então ele afirma que hoje o Vice-presidente da Câmara de Turismo da Baía de Todos os Santos é o Quilombola, é a única das 13 zonas turísticas que tem uma participação mais expressiva da sociedade civil e o Presidente do Conselho Municipal de Turismo de Santo Amaro para a mesma zona, ele é do comunitário também e no município de Augustina e Nova Redenção, até pouco tempo tinha dois diretores de turismo também comunitários, pontuando esse tipo de turismo e que isso os ajuda a promover, sendo para ele uma honra está dividindo a mesa com o Tereré, ViverTur e ver que o pessoal da Misericórdia estava lá, que os Guaranis também estavam presentes nesse Fórum com direito de falar e dialogar com todos com tranquilidade. Conclui dizendo ter trazido essas reflexões depois de andar pela Ilha recentemente, principalmente na parte de Vera Cruz, fazendo um trabalho lá no Tereré e fica assim as perguntas no ar feita por ele:
- Será que é condizente com o turismo sustentável ainda termos praias impróprias para banho na Ilha de Itaparica?
- Será que os grandes empreendimentos que têm sido implantados e estão em fase de projeto, estão respeitando os limites territoriais das comunidades tradicionais?
- Os pescados consumidos da agricultura, os que são consumidos nos hotéis, pousadas, barracas e restaurantes provém aqui da ilha?
- É pago um preço justo?
- Eles têm agrotóxicos, eles estão contaminados?
- A gente tem esse cuidado com o turista na hora de servir esses alimentos?
- A ilha tem alguma Universidade pública instalada?
- Tem algum Centro de pesquisa pública pensando com eles o futuro?
- Tem algum Centro Público de economia solidária?
- Tem unidade de conservação do plano de manejo?
Porque na Baía de Todos os Santos não tem e ele acha que nem o Conselho Gestor foi instalado. E isso é uma coisa das antigas, que ele está ficando careca. e reforça com mais perguntas:
- Nós temos e queremos um turismo responsável e sustentável? O território da ilha tem sido usado como unidade comunidade de planejamento para o turismo ou nós vamos continuar ainda apostando no modelo das zonas turísticas?
Mas ele também disse trazer boas notícias e uma delas é que hoje nós temos uma Lei estadual implantada e sancionada pelo governador em 2019, em fase de implementação, e que vão ter uma reunião com a SETUR para dar prosseguimento e também eles tem uma rede de turismo comunitário com 40 empreendimentos na Bahia de 7 zonas turísticas e 10 de identidade, e essa Rede venceu o prêmio de turismo Sustentável, o maior prêmio de turismo Sustentável no ano passado, e eles estão em fase da aplicação de 100 mil reais, fruto desse prêmio, para instalar uma plataforma em várias línguas, instalar o Conselho Gestor, a criação de Logomarca e dar mais visibilidade para esse turismo alternativo que eles estão empreendendo. Finaliza dizendo que pela Uneb estão construindo o primeiro curso de nível superior da Bahia voltado para o Turismo e para a gastronomia no eixo baiano, para a formação de jovens e adultos das comunidades tradicionais da Bahia, com metodologia e pedagogia própria, e a melhor parte para ele é ver que esse turismo já acontece de uma forma muito bem feita, deixando o convite para que os amigos reflitam que o turismo e a gastronomia por um mundo melhor já acontece, e a Ilha de Itaparica precisa dar esse apoio.
Luzia Brito anuncia Marivaldo de Matarandiba, da ViverTur, para falar dos cases de sucesso da comunidade.
Marivaldo chega contemplando a fala de Roberto, que era uma grande alegria estar no Fórum, mostrar esse turismo de base comunitária, esse turismo solidário e mostrar um pouco do que eles já fazem, ou seja, já se fazia antes muito valorizado, então a comunidade já fazia esse turismo e já era receptivo, caloroso porque é uma característica do nativo, o pessoal da Ilha, como todos eles. Marivaldo nos conta que viveu a infância em sua maior parte na Ilha e quando foi para Salvador ele viu muita gente falar que na ilha nada tinha a não ser a praia, e muita gente faz isso, solta na praia, e dali mesmo volta, não conhece nada, não conhece a cultura local, não conhece quem mora, quem marisca, quem pesca, não conhece quem vende geladinho, não conhece nada, então o turismo de base comunitária, o turismo solidário ele vem para valorizar esses autores locais, para dar voz e vez a esses autores locais, para as pessoas que visitam, conhecer os saberes e fazeres desse povo da Ilha de Itaparica e do povo de Vera Cruz também, do povo da Ilha como um todo, como foi falado anteriormente, então ele apresentou um pouco do que o povo já fazia e continua fazendo. Mostrou um vídeo de uma visitante que é poetisa e ela foi visitar eles também com um grupo de Base Comunitária, o Movimento de organização Comunitária (MOC), e esse grupo foi até eles fazer intercâmbio e trocar com eles saberes e experiências, e ela fez um cordel em homenagem a Matarandiba. Após a apresentação ele diz que se emociona toda a vez que ver o cordel, pois sintetiza muito o que a autora viveu e o que ela quis passar para eles, para quem os visita, mostrando com a maior sinceridade possível e com o aconchego que o povo de Itaparica e Vera Cruz tem, que é natural , e ele crê e sabe disso, que desde muito antes, desde pequeno que quando se chega lá em Matarandiba a pergunta é: já tomou café? Quer almoçar? Eles têm isso, são hospitaleiros, já é característica deles, e isso eles fazem com naturalidade.
Marivaldo continua dizendo que desde 2013, através do professor Ginaldo, que eles tiveram a oportunidade de fazer com que essa receptividade fosse colocada em prática com o turismo comunitário e daí surgiu o ViverTur, e os roteiros que começa a partir da apresentação da orla aos visitantes que chegam fazendo dois roteiros que é o local, que eles chamam de vivência locais e a trilha que é a do Pontal, tem também um Cristo por lá no Alto do Cruzeiro, a Cruz que é centenária, na verdade ela tem mais de 100 anos e os moradores mais antigos que moram lá, quando já chegaram por lá, essa Cruz já existia, e ele acha curioso contando que nessa Cruz é onde os umbigos das crianças que nasciam eram enterrados ali e as crianças também que morriam eram enterradas, além de ter uma canção antiga e que os moradores locais faziam muito, e hoje não faz mais, que era tipo uma novena.
Mostrou também o Banco Ilhamar e a moeda Concha, que é a moeda local que tem o valor exatamente igual ao real, 10 reais são 10 reais mesmo, e essa moeda ele diz ser uma moeda forte. Também tem farmácias, materiais de construção, tem uma rádio comunitária onde eles conseguiram resgatar os jovens e eles são voluntários na rádio, trabalham em dois turnos e trata da comunicação da comunidade bem como as informações que acontecem e eles mesmo fazem toda a programação. ]
Mostrou também a Padaria Sonho Real, que é um empreendimento alto sustentável. Falou um pouco da Associação Cultural que trata da memória, da cultura, tem as manifestações culturais com alguns acervos que a Associação conseguiu resgatar e eles fazem um trabalho muito bom com os saberes e fazeres dos antigos, mostrou também uma manifestação cultural com o Voa, voa Maria, com as mulheres da comunidade, o Boi Janeiro ou Estrela, que também é outra manifestação que tem todo ano, sai pela rua e as crianças adoram. Mostrou também a Fonte da Quarta que estava desativada e eles conseguiram através do apoio da Prefeitura e da comunidade, conseguiram revitalizar e finalizou dizendo que o que o Turismo de Base Comunitário oferece é essa vivência, e o que marca aqueles que os visitam é onde as coisas mais simples são mostradas, eles valorizam muito isso, o cultural, o cotidiano.
Eles também fazem hospedagem familiar que só não fizeram com a pandemia, mas fizeram de uma outra forma. A proposta da hospedagem familiar, é os visitantes ficarem nas casas e viverem o cotidiano das pessoas. Então todo café, almoço com aquela comida que está lá, mas com a pandemia fizeram de outra forma, sem que as famílias ficassem nas casas, eles ofereceram um local com toda estrutura e fizeram as hospedagens.
Tem trilhas no mangue, como também os manguezais são de várias cores, tem mangue branco, vermelho e preto e no final da trilha chega a praia do Pontal onde eles pegam um barco e vão ao Tororó. Depois voltam novamente à praia e aí eles podem ter a vivência com Marisqueiras e pescadores.
Marivaldo mostrou a história maravilhosa de Dona Telma que é cega, Imaginem! Ela tem uma doença rara e perdeu a visão, mas ele diz para todos pensarem em uma comida deliciosa, e que ela faz um pirão de chumbinho que é algo assim, segundo ele, maravilhoso, de dar água na boca, e ela é parceira deles, fornece alimentação para quem os visitam, eles contratam o serviço dela e ela faz com todo amor e carinho. Agradece a todos e finaliza.
Marconi Baraúna fecha a ocasião com a fala de Reitel e logo após o momento final do encontro desse Fórum com Luzia Brito.
Reitel chegou dizendo está feliz por esse momento e rever os amigos em um momento de construção e quem o conhece sabe da luta para preservar o meio ambiente e a cultura local. Mostrou a roda da resistência dos Quilombos do Tereré e Maragogipinho, fica em Vera Cruz onde eles têm essa missão de lutar pelo nosso território, pela nossa cultura, pela nossa ancestralidade que é uma força maior. Explicou que a palavra Tereré significa fusão de ervas mate onde os tupinambás e tupi Guarani ocupavam esse lugar no Tereré onde tem uma Fonte centenária e essa água abastecia a praça de Mar Grande, tinha um chafariz e essa água era bombeada para Mar Grande e toda comunidade das adjacências, Riachinho, Gamboa, todas pegavam água no jegue, em animais, também mostrou as lavadeiras e as benzedeiras pois antes não havia hospitais na ilha. Continua dizendo que o local é sagrado e que a água jorra ininterruptamente para o rio da Penha e ela vai cortando toda a Gamboa e é uma água mineral com a de Itaparica e essa água é concentrada em auxiliar onde eles hoje lutam através da demarcação do território para preservar toda essa nascente além das suas faunas. Mostrou também o museu que para ele é um presente e hoje eles são um ponto de cultura construído junto com a comunidade e é o primeiro museu baiano quilombola, uma memória viva dos quilombos Tereré e Maragogipinho onde retrata a figura das pessoas em vida, o presente a valorização e eles tiveram esse cuidado com essa valorização. Reitel conta que os produtos com o preparo do dendê são feitos por ele e são vários tipos onde ele faz o dendê tradicional. Expôs que através de Luzia Brito, amiga dele há mais de 10 anos levou um grupo de turistas através do SESC para conhecer o roteiro, a casa de farinha que é feito de aipim originada do povo de Maragogipe, mostrou o terreiro, os maracujás do mato que segundo ele é tão doce que os sucos não precisam de açúcar e é cultivado por lá no pomar. Apresentou todo o roteiro deles, onde ele começa até o mirante, além da gastronomia com um feijão preparado por sua esposa, a Bárbara, e sempre aos domingos eles fazem em grande quantidade para as comunidades, para os amigos. Não poderia faltar a roda de capoeira e além do espaço físico eles estão com o bolsa escolar, maculelê, puxada de rede e samba de roda e eles tem uma cozinha bem legal com espaço aconchegante onde se preserva as tradições e hoje eles tem alguns parceiros e as pessoas que compõem, que vão lá participar, aprender e fazer. Convidou a todos para visitarem o Tereré que se localiza em Mar Grande, basicamente 2 km, andando 15 a 20 minutos e uns 10 minutos indo de carro e fica na Ilhota, depois do estádio de futebol, onde todos vão ver a nascente por lá, a Fonte do Tereré, a Associação e o museu do ponto de cultura, então ele disse que todos estão convidados para ir lá um dia alegando que o importante é ver de perto a luta no território com o tratar dos saberes e fazeres tanto da parte da gastronomia, dos alimentos, dos artesanatos, da valorização da comunidade com muitos integrantes onde a maioria dos participantes pertence ao pessoal de Maragojipe, terra da mãe dele e conta que sua avó foi uma das pioneiras que veio da guerra dos canudos, nasceu em 1869 e morreu em 1985 com 116 anos e hoje a comunidade está lá com esse legado, com essa existência e com essa resistência deles se doarem. Finalizou dizendo que eles estão abertos para esse turismo de valorização onde eles possam trocar e compartilhar esses momentos porque ele como condutor, professor e mestre, ele também é um turista pois vai para Itacaré e Chapada, declarando que Itacaré ele se sente em casa, então ele diz que vê como as coisas funcionam e quer que a Ilha de Itaparica tenha esse olhar também e que eles precisam hoje para a comunidade existir, que o turismo também se fortaleça e todos darem as mãos pois na visão dele só existe a comunidade o turismo se existir a agricultura, se existir hoje meio ambiente, as pessoas que fornecem talento na vida para a cultura e que a cultura não precisa somente do dinheiro, mas da valorização. Termina sua fala com um grande sorriso no rosto dizendo que o professor Alberto disse que faltava pesquisa do Tereré também e que estava dentro desse processo porque todos sabem que não se faz turismo sozinho, mas de antemão agradece a todos e vamos caminhando juntos. Também agradeceu.
E assim finalizamos o FÓRUM ILHA DE ITAPARICA onde as últimas considerações ficaram com a Turismóloga e Guia de Turismo Luzia Brito com a apresentação dos roteiros turísticos da Ilha de Itaparica: Primeiro Destino Turístico do Brasil.
Por: Sarita Rodrigues
Add a Comment